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Renan Benedito

Abertura
21 de novembro de 2023

Horário
18h30

Exposição
22 de novembro a 22 de dezembro

VISÃO DO ARTISTA

Este trabalho é estético e espiritual. Trata-se da minha relação com Deus Pai e seu filho Jesus, a quem dedico este trabalho. Nele, expresso a minha forma de enxergar a beleza da luz sobre a matéria, seja ela a água, o corpo ou a terra.

Acredito que a luz é o fundamento da existência, pois sem ela não há vida e, consequentemente, não há luz.

Nessas fotografias, a luz é a protagonista, revelando o corpo humano, que representa a alma como um dos elementos principais da composição fotográfica, que se une à principal personagem da história, a Luz.

Vejo a vida sendo orquestrada pela luz, e precisamos dela para que a música esteja nos tons adequados para a canção ser trilhada.
Deus é a luz do mundo e nós habitamos nele; sua presença é necessária para que vivamos juntos agora e no futuro.
Se existe beleza na Terra, é devido à Luz que nos faz enxergar a sua grandeza e a sua magnitude.

No princípio, a Terra era sem forma e vazia, mas Deus ordenou: haja luz. E houve luz.

Com este trabalho, desejo que o espectador observe como a luz se movimenta de maneiras diferentes diante de materiais diferentes e o quão espiritual é a iluminação diante dos olhos.

BIOGRAFIA

Renan Benedito (Salvador/BA, 1997) é fotógrafo, diretor e mentor. Tendo seu primeiro contato com a fotografia aos 15 anos, hoje é representado pelas galerias Paulo Darzé e Casa Rosa Amarela.

Renan já acumula participações em exposições no Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA), SP-Arte, SP-Foto, Palacete das Artes e Tribunal de Justiça da Bahia. Em 2020, Renan foi vencedor do Concurso Singular Plural. No campo da publicidade, dirigiu e fotografou trabalhos para empresas como NPR, Elle, Facebook, Renner, MRV e o Itaú, com destaque para a campanha “Leia para uma criança” e o filme Futuro, de 2020, para o projeto “Elle Storie”s, da revista Elle Brasil.

Em suas fotografias, em especial nas séries Infância Periférica e Simplesimenso (ambas de 2019, nas quais predomina o trabalho fotográfico com pigmento mineral sobre papel algodão), o olhar de Renan se volta para o registro da infância do ser humano.

Mais do que protagonistas, essas crianças representam o elemento afetivo que sustenta toda a iniciativa promovida pelo artista. Retratadas com a espontaneidade típica das crianças em situações cotidianas, a simplicidade das fotografias guarda não só o domínio técnico e a sensibilidade de Renan como também camadas de leituras cheias de inocência, alegria, amizade, força e esperança.

Por sinal, “esperança” é uma palavra constantemente usada pelo artista para apresentar e definir esses trabalhos. Fortalecendo a autoestima das pessoas representadas, Renan começa a ajudar a construir, no presente, uma cadeia de sonhos. Como as águas, tão presentes em suas fotografias, cada criança, agora ainda uma gota, se transforma em uma bonita promessa de oceano.

Exposição Retina da alma.
Curadoria: Uiler Costa

“Retina da Alma”
Texto: João Farkas

Não existe limite para os diferentes sentimentos que a música pode despertar.
E alguns destes sentimentos são tão especiais,
tão profundos que não podem sequer ser traduzidos em palavras.

L. Bernstein

 

O que me fascina na fotografia, como na arte em geral, é sua capacidade de elevar, de tocar o sublime, o indizível. Sua mágica vocação à transcendência, território onde habita o (co)mover. A dimensão mais profundamente humana, essencial, sutil.
Filha da luz (este camaleão onda-partícula), a fotografia, uma arte/técnica objetiva-subjetiva, habita simultaneamente os domínios da física e da metafísica. O que está lá como coisa e o que está aqui como imaginado.

Quando não é facilmente decifrável, consumida, esquecida; quando nos incomoda, quando usa nossa imaginação, nos interroga e nos faz percorrer camadas profundas, além da sensibilidade ou razão, ela se justifica: nos transporta, nos transforma.

A fotografia, que para Cortázar é a escola do olhar.

É claro que o gesto artístico precisa se integrar, circular e ser aceito para sobreviver. Mas este é o perigo do qual é preciso fugir. Daí a tensão entre a originalidade, percurso da subjetividade criativa, e o óbvio, a fórmula, o digerível, aquilo que se espera.

Quando Renan foi além do que nos fez conhecê-lo – a imediatitude poética da macrossérie Elas Ainda Brincam –, ele abandonou um território seguro de aceitação e impacto.

Quando persegue luz e sonho, quando mergulha em novas camadas, ele se arrisca. E podemos viajar com ele no percurso de suas retinas e de sua alma.

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